quarta-feira, abril 14, 2010

JERUSALÉM NÃO É ASSENTAMENTO, É CAPITAL DE ISRAEL

TRECHO DO LIVRO MITOS E FATOS, DE MITCHEL BARD,DISPONÍVEL NA ED. SEFER ( www.sefer.com.br) .
Ajuda a esclarecer alguns dos infindáveis mitos prejudiciais ao processo de paz, pois a perpetuação dos mitos fortalece os interessados em manter a ignorância e pobreza entre os palestinos, ao conseguirem apoio do mídia e opinião pública em cima de conceitos inadequados.


MITOS & FATOS
Mitchell Bard

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MITO:
“Jerusalém Oriental deveria fazer parte de um estado palestino porque todos os seus residentes são árabes palestinos e nenhum judeu jamais viveu lá."

FATO:
Antes de 1865, toda a população de Jerusalém vivia atrás dos muros da Cidade Velha (o que hoje seria considerado parte da região oriental da cidade). Mais tarde, a cidade começou a se expandir para além dos muros por causa do crescimento da população e tanto judeus quanto árabes começaram a construir em áreas novas da cidade.

Até a época da partilha, uma comunidade judaica próspera vivia na parte oriental de Jerusalém, uma área que incluía o Quarteirão Judeu da Cidade Velha. Esta área da cidade também contém muitos locais de importância para a religião judaica, inclusive a Cidade de David, o Monte do Templo e o Muro das Lamentações. Além disso, instituições de grande relevância como a Universidade Hebraica e o Hospital Hadassah original ficam no Monte Scopus - em Jerusalém Oriental.

A única época em que a parte oriental de Jerusalém foi exclusivamente árabe foi entre 1949 e 1967 e isso em decorrência da ocupação da Jordânia, que ocupou a região e expulsou todos os judeus à força.

Em março de 2010, durante uma visita a Israel do Vice-Presidente dos EUA, Joseph Biden, o governo israelense anunciou a construção de 1.600 apartamentos em Ramat Shlomo, um subúrbio de Jerusalém. Os Estados Unidos condenaram enfaticamente o anúncio e a contínua construção israelense em Jerusalém Oriental. O Primeiro-Ministro israelense, Benjamim Netanyahu, se desculpou pela inconveniência da ocasião escolhida para o anúncio. Os detratores de Israel alegaram que a expansão de Israel em Jerusalém Oriental representa uma violação do Mapa do Caminho e que isso impede a paz, apesar do fato de Israel estar cumprindo a sua moratória sem precedentes nos assentamentos em Judéia e Samária. No entanto, as negociações de paz anteriores não foram impedidas pela construção nos assentamentos e todos os governos israelenses, desde 1967, apoiaram o desenvolvimento da capital da Nação.

Além disso, o assunto da controvérsia, Ramat Shlomo, fica situado ao norte de Jerusalém e não em Jerusalém Oriental. É uma comunidade de 16.000 judeus ortodoxos. Não é um assentamento novo, pelo contrário, uma comunidade estabelecida que é considerado um assentamento sobre o qual existe um consenso – trata-se de uma municipalidade que se espera que permaneça como parte da capital de Israel em qualquer acordo de paz. Embora a ocasião escolhida para o anúncio tenha sido infeliz, o projeto esteve em fase de planejamento durante três anos - e a construção de fato não deve começar antes de outros três anos. A construção não irá perturbar as vidas dos palestinos, uma vez que a comunidade é completamente judaica e o local escolhido é um vale desabitado. "

terça-feira, abril 06, 2010

RUSSOS E JUDEUS

Correio da manhã

Saiu Neste Jornal Português . Vale a pena divulgar . Sucinto e Lúcido !


04 Abril 2010 - 00h30

A voz da Razão

Russos e Judeus

Por que motivo as pessoas se comovem tanto com o conflito israelo-palestiniano e não dedicam dois minutos à situação na Tchetchénia?

Arrisco uma resposta: porque os russos não são judeus; e uma ocupação russa não tem a mesma piada que uma ocupação ‘sionista’ (belo eufemismo). Se os russos fossem judeus, não faltariam por aí marchas indignadas contra o ‘imperialismo’ de Moscovo; fotografias de Putin com o respectivo bigode hitleriano; boicotes académicos a professores russos; e a erudição do nobel Saramago a fazer comparações medonhas entre Grozny e Auschwitz. Para já não falar de obras hagiográficas sobre as ‘viúvas negras’ e respectivos defuntos.

Como os russos são russos, o que se passa na Tchetchénia não levanta uma pálpebra dos nossos humanistas. Dos nossos e dos próprios muçulmanos, sempre dispostos a choramingar pelo destino dos irmãos da Palestina mas perfeitamente indiferentes aos irmãos do Cáucaso. Da próxima vez que ouvirem uma sumidade qualquer a dizer-se ‘anti-sionista’, e não ‘anti-semita’, tenham pelo menos a fineza de não rir demasiado alto.




João Pereira Coutinho, Colunis

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

Poesia de Lea Godlberg

Poesia de Lea Godlberg
Nestes dias, Israel comemora os 40 anos da morte de Lea Goldberg (Kaunas, Lituânia, 29.5.1911 – Jerusalem, Israel, 15.1.1970), considerada uma das maiores poetisas da história moderna de Israel.
Lea Goldberg (1911-1970)
Poetisa, novelista, escritora de literatura infantil, tradutora, crítica, investigadora, professora e catedrática, dramaturga, doutora em filosofia e linguas semíticas, alcançou o ápice em apenas 58 anos de vida com uma obra rica e prolífica –que inclui 12 livros de poesía, 3 obras de teatro, novelas, biografías, contos, assim como traduções de Shakespeare, Tolstoi, Ibsen e Molière– que deixou uma marca profunda e indelével na cultura hebraica contemporánea.
Seus célebres contos infantis merecem menção especial, conhecidos por cada criança israelense. Aié Pluto? (?אַיֶּה פְּלוּטוֹ, "Onde está Pluto?"), Dirá Lehaskir (דִירָה לְהַשְׁכִּיר, "Casa de aluguel") o Hamefuzar Mikfar Azar (הַמְפֻזַּר מִכְּפַר אֲזָ"ר, "O distraído de Vila Azar"), são apenas uns poucos exemplos dos clássicos da literatura infantil de sua autoría, com a qual cresceram gerações de alunos israelenses.
"Casa de aluguel" (Editorial dos Trabalhadores, 1959)
Sua obra mereceu, além do afeto popular generalizado, também numeros prêmios, dentre os quais o maior galardão nacional em sua categoria, o Prêmio Israel de Literatura, outorgado em 1970, postumamente.
A seguir lhes apresentamos uma das poesias mais conhecidas de Lea Goldberg, convertida posteriormente em uma canção popularizada pela cantora Java Alberstein, cujo áudio encontrarão em http://www.youtube.com/watch?v=erV3GRxcetk. É possível também escutar Lea Goldberg declamando sua própria poesía, em uma rara gravação que encontrarão em http://www.youtube.com/watch?v=mUGDhkwZlVI.
משירי ארץ אהבתי
Mishirei Éretz Ahavatí
Cantares de minha terra amada
מכורה שלי, ארץ נוי אביונה
Mejorá shelí, éretz noi evioná
Pátria minha, bela terra de pobreza,
למלכה אין בית, למלך אין כתר.
Lamalká ein bait, lamélej ein kéter
Não há lar para a rainha, nem coroa para o rei
ושבעה ימים אביב בשנה
Veshiv'á iamim aviv bashaná
Onde, sete días por ano, a primavera brilha,
וסגריר וגשמים כל היתר
Vesagrir ugshamim kol haiéter
e todo e resto, chuva e tempestade
אך שבעה ימים הוורדים פורחים,
Aj shiv'á iamim havradim porjim
Mas, durante sete dias, as roseiras florescem
ושבעה ימים הטללים זורחים
Veshiv'á iamim hatlalim zorjim
E por sete dias, o orvalho resplandece
ושבעה ימים חלונות פתוחים,
Veshiv'á iamim jalonot ptujim
e por sete días, as janelas se abrem
וכל קבצנייך עומדים ברחוב
Vejol kavtzanáij omdim barejov
E todos os mendigos de pé nas ruas
ונושאים חיוורונם אל האור הטוב,
Venos'im jivronam el ha'or hatov
Alçam sua palidez à luz diáfana do día,
וכל קבצנייך שמחים.
Vejol kavtzanáij smejim.
E todos os seus mendigos são felizes.
מכורה שלי, ארץ נוי אביונה
Mejorá shelí, éretz noi evioná
Pátria minha, bela terra de pobreza,
למלכה אין בית, למלך אין כתר.
Lamalká ein bait, lamélej ein kéter
Não há lar para a rainha, nem coroa para o rei
רק שבעה ימים חגים בשנה,
Rak shiv'á iamim jaguim bashaná,
Apenas sete dias ao ano são de festa
ועמל ורעב כל היתר.
Ve'amal ve'ra'av kol haieter
e todo o resto, trabalho e fome
אך שבעה ימים הנרות ברוכים,
Aj shiv'á iamim hanerot brujim,
Mas durante sete días, as velas são benditas
ושבעה ימים שולחנות ערוכים
Veshiv'á iamim shuljanot arujim
e por sete días, as mesas estão servidas,
ושבעה ימים הלבבות פתוחים,
Veshiv'á iamim halvavot ptujim,
e durante sete días os corações se abrem
וכל קבצנייך עומדים בתפילה,
Vejol kavtzanáij omdim bitfilá,
e todos seus mendigos, de pé em oração
ובנייך בנותייך חתן כלה,
Uvanáij bnotáij jatán kalá,
e seus filhos e filhas, são namorados e namoradas,
וכל קבצנייך אחים.
Vejol kavtzanáij ajim.
e todos os seus mendigos são irmãos.
עלובה שלי, אביונה ומרה,
Aluvá shelí, evioná umará,
Miséria minha, empobrecida e amarga
למלך אין בית, למלכה אין כתר
Lamélej ein bait, lamalká ein kéter,
Não há lar para o rei, nem coroa para a rainha
רק אחת בעולם את שבחך אמרה,
Rak ajat ba'olam et shivjej amrá
Tão somente uma no mundo te louvou
וגנותך חרפתך כל היתר.
Ugnutej jerpatej kol haiéter
E todo o resto, injúrias e infâmias.
ועל כן אלך לכל רחוב ופינה,
Ve'al ken elej lejol rejov ufiná,
E por isto irei por toda a rua e a cada rincão
לכל שוק וחצר וסמטה וגינה,
lejol shuk vejatzer vesimtá veguiná,
por cada mercado, todo pátio, ruela e jardim;
מחורבן חומותייך כל אבן קטנה-
mejurbán jomotáij kol éven ktaná
de tuas muralhas destruidas, cada pedrinha
אלקט ואשמור למזכרת.
Alaket ve'eshmor lemazkéret
Juntarei e guardarei de recordação.
ומעיר לעיר, ממדינה למדינה,
Ume'ir le'ir, mimdiná limdiná,
E de cidade em cidade, de país en país,
אנודה עם שיר ותיבת נגינה,
Anuda im shir veteivat neguiná,
Alí irei com minha canção e meu instrumento,
לתנות דלותך הזוהרת.
Letanot dalutej hazohéret.
para proclamar teu paupérrimo esplendor.
Fonte: Departamento de Comunicação
Embaixada de Israel