Einstein descreveu em suas Notas Autobiográficas ,que recebeu lições religiosas dos 11 aos 12 anos de um familiar. Pela primeira vez na vida ele aprendeu sobre a fé judaica e a abraçou ao extremo: queria seguir o Kashrut e estudou a Bíblia com fervor,o que deve ter preocupado seus pais assimilados e não-religiosos. Este fervor no entanto durou pouco,assim que ganhou um livro de ciência, o entusiasmo inicial se dissipou. O resto da história conhecemos um pouco,sua notável carreira como cientista.
Einstein no entanto progressivamente reganhou um orgulho e respeito pela identidade judaica. Em 1914,ao se convidado a visitar a Rússia rejeitou,alegando que neste país “ os judeus são brutalmente perseguidos”. Logo descobriu que a herança judaica o definiria aos olhos dos europeus. Isto aumentou o seu orgulho de sua condição judaica. E embora tenha recebido muios ataques devido a sua condição de judeu,isto só fez aumentar seu orgulho e Einstein passou mais e mais a discutir assuntos judaicos e participar de campanhas sionistas. Embora sua relação com o judaísmo tenha se incrementado com o passar dos anos,nunca se tornou observante,porém declarou que se tivesse nascido nas pequenas cidades da Europa Oriental,teria se tornado um Rabino- os desafios intelectuais da tradição judaica o teriam satisfeito como fez a ciência. Aqui encontramos o encontro com o filósofo Judeu de origem português Baruch Spinosa ( 1632-1677),que Einstein declarou ser seu filósofo favorito. Ambos eram judeus respeitados ,educados e intelectualizados, e com treinamento na mentalidade científica. Os pontos de vistas de Spinoza sobre D'us atraiam Einstein: Em 1929 em resposta ao rabino Herbert S. Goldstein,de Nova York, escreveu “Acredito no D'us de Spinoza que se revela na Harmonia ordenada do que existe...” A ideia de D'us para Einstein era assim relacionada a de Spinoza. Spinoza não acreditava em um D'us pessoal,mas que a Natureza era Ela Mesma uma manifestação do Divino-um conceito conhecido como Panteísmo. Einstein às vezes era ambíguo sobre esta noção: “ Não sou um ateu,mas penso que não posso me denominar panteísta. Sou fascinado pelo panteísmo de Spinoza,mas admiro ainda mais suas contribuições para o pensamento moderno,porque ele foi o primeiro filósofo a lidar com a Alma e Corpo como uma coisa só e não duas”.
Para conhecer melhor este diálogo entre duas das maiores mentes judaicas de todos os tempos ( embora extremamente mal compreendidos),que estou ansioso para conhecer o livro “Deus ou seja Natureza”,do nosso amigo Roberto Ponczek,cujo lançamento se aproxima- 03 de setembro. Ponczek se debruçou por cerca de 06 anos para nos brindar com esta reflexão. Certamente Spinoza ganha uma importante oportunidade para esclarecer suas idéias e Einstein a de ser menos incompreendido. Um diálogo de amigos separados no tempo por 03 séculos,mas próximos na discussão de assuntos sobre D'us,o tempo e a natureza.
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